Preservar é urgente, mas investimento é necessário
por Observatório do Audiovisual Baiano
O conjunto de “incidentes” contra o patrimônio cultural e científico brasileiro materializados através do incêndio na Cinemateca Brasileira e as perdas de dados de servidores do CNPq, trouxeram, mais uma vez, para o centro do debate, a necessidade de investimentos no campo da preservação e da memória. Mas como estamos lidando com o conjunto de práticas de preservação e memória na Bahia, do ponto de vista do financiamento ao audiovisual?
Em duas pesquisas já publicizadas pelo Observatório do Audiovisual Baiano, também buscamos informações sobre o montante investido em iniciativas voltadas para a preservação das nossas imagens em movimento:
Na publicação Audiovisual Baiano: pesquisa e análise de mercado, quando foram compilados dados sobre investimentos ao setor audiovisual baiano entre 2008 e 2018, identificamos que o segmento “Preservação e Memória” foi responsável por 2,18% do investimento no período, representando cerca de R$4,4mi através de 16 projetos.
E, no Anuário do Audiovisual Baiano 2019/2020, consta a aplicação de R$367.160,00 no segmento “memória” no ano de 2019, representando 1,01% do montante investido no ano, através do financiamento a 3 projetos.
No total, então, foram mapeados 19 projetos financiados, totalizando R$4.742.323,09, representando uma média de R$249.595,95 por projeto. Quando levamos em conta a média por ano, chegamos ao valor médio de 395.193,59, um montante relativamente baixo
E, analisando o perfil dos projetos, 06 tinham como objetivo principal o restauro/recuperação de filmes, de autores como Alexandre Robatto, Roberto Pires e Glauber Rocha; 09 projetos eram voltados para a área de registro e/ou preservação de acervos e 04 projetos para o segmento de pesquisa.
Dados completos sobre as pesquisas estão disponíveis em Pesquisas e Estudos.